Luzes no céu chamam atenção e causam curiosidade na região, mas fenômeno tem explicação científica

Luzes no céu chamam atenção e causam curiosidade na região, mas fenômeno tem explicação científica

Foto: Rafael Beltrame (Arquivo Pessoal)

Nos últimos dias, moradores de diferentes regiões do Rio Grande do Sul e de outros estados do país têm relatado a presença de luzes em movimento no céu noturno. As imagens e comentários se espalharam pelas redes sociais e despertaram curiosidade entre os internautas, especialmente na Região Central, com registros em Santa Maria, Júlio de Castilhos, Rosário do Sul e Porto Alegre, além de cidades de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.


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Apesar do aspecto misterioso, o fenômeno tem explicação científica. Segundo o astrofotógrafo Rafael Beltrame, colaborador do projeto Bate-Papo Astronômico, as luzes vistas no céu são, na verdade, satélites artificiais que orbitam a Terra em altitudes relativamente baixas, cerca de 300 a 400 quilômetros. Entre eles estão os satélites da empresa SpaceX, da constelação Starlink, voltados à oferta de internet via espaço.


– A maioria dessas luzes que o pessoal tem relatado ver são, sim, satélites. Esses equipamentos estão em órbita baixa, e a velocidade de deslocamento deles é muito alta. Se tomarmos como referência a Estação Espacial Internacional, que está mais ou menos nessa altitude, ela completa uma volta ao redor da Terra em cerca de 90 minutos – explica o astrofotógrafo.


O brilho observado é resultado da reflexão da luz solar nos painéis dos satélites, que funcionam como espelhos e tornam os objetos visíveis da Terra. Esse reflexo acontece apenas em determinados ângulos, o que faz com que os pontos luminosos pareçam surgir e desaparecer repentinamente.


– O que enxergamos é a luz refletida do Sol. Quando o satélite entra na sombra da Terra, ele deixa de refletir e desaparece do campo de visão. Logo depois, outro satélite pode entrar na mesma região e refletir a luz novamente, dando a impressão de que é o mesmo objeto se movendo ou reaparecendo – detalha Beltrame.


Com o aumento do número de satélites em órbita baixa, a presença dessas luzes se tornou cada vez mais comum. Segundo o astrofotógrafo, dezenas de milhares desses equipamentos já estão em funcionamento, e novos são lançados com frequência mensal. Em locais com pouca poluição luminosa, é possível observar diversos satélites em poucos minutos, especialmente nos horários próximos ao entardecer e ao amanhecer.


– Para ter uma ideia, a SpaceX sozinha já lançou mais de 10.000 satélites Starlink. Existem em torno de 6 a 7 mil, não encontrei números precisos, ainda em órbita. Isso está se tornando um problema grave para a astronomia, pois hoje é praticamente impossível fazer uma fotografia de longa exposição do céu sem que um, talvez muitos, satélites passem no campo de visão do telescópio. Apenas recentemente as pessoas perceberam, mas é algo que vem preocupando a comunidade científica há bastante tempo.


Questionado sobre o destino dos satélites após algum tempo em órbita, o especialista explica que, embora o espaço não seja um vácuo absoluto, há uma quantidade mínima de ar, muito rarefeita, que provoca um leve arrasto sobre esses objetos. Esse atrito reduz gradualmente a velocidade dos satélites, fazendo com que alguns acabem reentrando na atmosfera terrestre. Nesses casos, a maioria é destruída pelo intenso calor gerado na reentrada, mas, ocasionalmente, partes metálicas resistem e chegam até a superfície, geralmente caindo no mar.

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